Daniela Cruz em estreia no DDD
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Daniela Cruz em estreia no DDD
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Daniela Cruz é uma das várias artistas que se apresenta pela primeira vez no Festival Dias da Dança - DDD. "dalila" vai estar em exibição nos dias 25 e 26 de abril, no Auditório Municipal de Gaia.

dalila é a procura de uma identidade que procura outras tantas. A possibilidade de um "corpo entendido como um sistema afetivo de formação, transformação, incorporação e dispersão" que resiste.


Daniela Cruz estudou na Escola de Dança Ginasiano e em 2007 licenciou-se no programa de Dança, pela Codarts, em Roterdão. Trabalhou com Victor Hugo Pontes, Cristina Planas Leitão, Nuno Preto. Neste momento colabora no projeto Planaltos com a CRL/Cicrolando.

 

É a primeira vez que estás no DDD, enquanto criadora. Porque é que consideras dalila uma narrativa importante nos dias de hoje e no festival?

 

Enquanto criadora espero sempre criar objectos artísticos que considero relevantes que partam de inquietações pessoais mas que tenham sempre a capacidade de se relacionarem com as outras pessoas. dalila é um lugar de quebra e de reflexão que se manifesta num corpo feito de vários corpos e possibilidades. É precisamente por matriz que considero que dalila se aproxima também de uma narrativa de quebra de paradigmas e possibilidades que o Festival DDD nos oferece nesta edição.


Quem é dalila?


São várias mulheres que já fui. São reflexos de mulheres que talvez ainda vá ser. dalila é um nome ou uma alternativa a todas estas mulheres que convoco para esta criação. Comecei com algumas dalilas e apercebi-me que encontrei muitas mais ao longo deste processo criativo. 


Sendo dalila a "procura de uma identidade que procura outras tantas", acha que essa procura de identidades é algo consciente? Ou que vai acontecendo sem termos controlo?


Eu acho que a construção de identidades ou a procura de alternativas parte de uma vontade sincera de recomeço. No fundo, sentir que um corpo se esgotou e ter a coragem de recomeçar. A linha de partida desta nova identidade/possibilidade é bastante consciente, mas o percurso, não tanto... é feito de abertura a imprevistos, novos rumos ou alternativas. 

 

De que forma é que a tua prática enquanto professora se relaciona com as tuas criações artísticas?


Acho que ela faz parte, não diretamente nos processos criativos, porque não me interessa criar objetos pedagógicos, mas porque a prática enquanto professora, torna-me consciente e atenta e outras possibilidades. No fundo, nas minhas aulas ofereço ignições que se tornam possibilidades em cada um dos corpos e isso torna-me mais consciente e atualizada. 

 

O que é que muda enquanto artista entre a interpretação e a criação própria?


Acho que os dois lugares estão muito próximos. E ainda bem. Cada vez mais precisamos de convocar pessoas que sejam sinónimo de diferentes possibilidades e criar condições nos processos aos diferentes olhares criadores. Eu, enquanto intérprete para outres artistas, sou criadora de possibilidades, assim como a equipa que convoco para as criações que faço, dou espaço para que o mesmo aconteça.

 

 

Daniela Cruz em estreia no DDD
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Daniela Cruz em estreia no DDD
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