Encantado tem como inspiração os “encantados”, entidades que pertencem ao mundo afro-indígena, que transitam entre o céu e a terra e os transformam em locais sagrados. Estas forças desconhecidas são afetadas pela destruição das florestas, rios e mares. 

Segundo a coreógrafa, esta é uma visão "não ocidental e não eurocêntrica" do mundo, que "nasceu do desejo de usar magia e encantamento como guias para o nosso processo criativo".  

Numa coreografia que conta com 11 intérpretes, Lia Rodrigues questiona-se sobre como podemos "encantar os nossos medos" e aproximarmo-nos uns dos outros. 

A artista regressa ao DDD depois de, em 2019, ter apresentado Fúria, no Teatro Nacional São João. Em 2017 já tinha estado no Teatro Campo Alegre com a peça Para que o céu não caia. 

Lia Rodrigues foi bailarina da companhia francesa Maguy Marin, entre 1980 e 1992. Em 1990, fundou Companhia de Danças e, em 1992, criou o festival anual Panorama da Dança, que dirigiu até 2005. Atualmente, é artista associada do Théâtre National de Chaillot e do Centquatre-Paris. 

Misturando ativismo e utopia, Lia acredita na sinergia entre a arte e os processos sociais e apresenta, agora, a sua mais recente peça no Grande Auditório do Rivoli, nos dias 18 e 19 de abril, às 19h30. 

O espetáculo é ainda apresentado na Culturgest, em Lisboa, no dia 15 de abril.