Diálogo
Memória
Confluência
Território

estreia

OU 4
OU 3
OU 2
OU 1

“A voz do mar encheu o céu e a terra. Uma voz que está cheia e se quebra, e nunca mais acaba”.

 No seu contínuo balanço, o mar traz e leva consigo memórias de todos os tempos.

Foi o mar que trouxe Vasco da Gama a Inhambane, cidade do sul de Moçambique batizada por ele de ‘Terra de Boa Gente’. E foi por mar que foram levadas de Inhambane milhares de pessoas escravizadas, muitas delas perdidas para sempre nas suas águas.

“— O mar é um mundo. No mar há vida. Há montanhas, plantas, vento e peixe. Há vida humana nas profundezas”.

Inspirados pela mitologia de Drexciya, que imagina um povo subaquático descendente de escravos africanos que foram deitados ao mar durante a travessia do Atlântico, e pelo testemunho de uma curandeira de Inhambane sobre as suas experiências com os espíritos do mar, OU reflete sobre múltiplos encontros. O encontro de dois corpos, com as suas forças, as suas abstrações, as suas histórias, as suas vontades. O encontro entre o mar e a terra, o visível e o invisível, o ancestral e o contemporâneo, o espiritual e o terra-à-terra.

Resultado de uma colaboração entre André Braga & Cláudia Figueiredo e Panaibra Canda, OU tomou como pronto de partida a paisagem de Inhambane, terra de memórias familiares e coloniais, onde o presente se mistura com as reverberações do passado.

A memória enraíza-se no concreto, em espaços, gestos, imagens e objetos”. Interessa-nos pensar a História a partir a partir de outras perspectivas, outras vozes, outras linguagens e de um pensamento cruzado que sobrepõe passado, presente, futuro. Interessa-nos prosseguir com a pesquisa sobre o que Paul Carter chamou de “política do chão”: “um novo pisar que não terraplane o terreno, mas que deixe o chão galgar o corpo, determinar os gestos, os movimentos, numa nova coreografia social”. 

Com uma linguagem fortemente transdisciplinar, OU entrelaça dança, som, vídeo, luz e palavra num tecido sensorial que convida à escuta e à imaginação. A proposta é um convite a pensar a História pela via da ficção, da fabulação, da presença fantasmagórica como forma de justiça e memória. — André Braga & Cláudia Figueiredo / Circolando – Central Elétrica com Panaibra Canda 

estreia

9

classificação etária a atribuir pela CCE

Ficha técnica

Direção artística, desenvolvimento do conceito e dramaturgia 
André Braga, Cláudia Figueiredo, Panaibra Canda em colaboração com 
Gonçalo Mota e João Sarnadas
 
Interpretação 
André Braga e Panaibra Canda 
 

Sonoplastia
João Sarnadas


Vídeo
Gonçalo Mota


Luz
Santiago Rodríguez Tricot


Texto
Excertos da conversa com Constança José Beoula


Espaço cénico
André Braga em colaboração com toda a equipa


Figurinos
Sandra Neves


Apoio à construção
Joana Mesquita Alves, Sandra Neves, Pedro Coutinho e Nuno Guedes


Direção de produção
Ana Carvalhosa


Produção
Joana Mesquita Alves (coordenação de projeto) e Cláudia Santos


Apoio à administração
João Gravato


Coordenação técnica
Pedro Coutinho


Comunicação
Joana Borges


Coprodução
DDD – Festival Dias da Dança; São Luiz Teatro Municipal; Teatro das Figuras; Teatro Aveirense / CM Aveiro


Apoio e Coordenação em Moçambique
CulturArte Moçambique


Agradecimentos
Direção Provincial de Cultura e Turismo de Inhambane, Casa Provincial da Cultura de Inhambane, Centro Cultural Machavenga, Rui Horácio Mbande, Luis Luis Chauque, Ana Lúcia Cruz, Lizette Chirrime, grupo de participantes no workshop de criação em Inhambane, Ana Barata, Fernanda Araújo, Francisco Babo

Acessibilidade

Acessível a pessoas em cadeira de rodas